Voltar 29 de Setembro de 2021
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Valorização da cultura, da geografia e dos processos produtivos são diferenciais de mercado

Exemplos do interior de Minas Gerais e do Ceará resgatam o orgulho do território local

A essência de um lugar, detalhada pelas suas características geográficas, a cultura do povo, a gastronomia própria e as peculiaridades no manejo e do que a natureza proporciona são bases para experiências produtivas para revelar diferencias ao mercado.

Assim, seguindo a metodologia de resgate às particularidades de uma região, as experiências vivenciadas no interior de Minas Gerais e do Ceará apresentam ações para o tema: “Construindo marcas-territórios – histórias encantadoras que mostram o valor por trás do preço”, que foi apresentado  durante o evento Cidades que se Reinventam.

A gerente de Agronegócio do Sebrae de Minas Gerais, Priscila Lins, destacou na sua apresentação as mobilizações para constituir as chamadas marcas-território em comunidades rurais mineiras, vinculando a isso práticas de gerenciamento com o objetivo de agregar valor aos produtos.

Ela citou o exemplo da região das Matas de Minas, que tinha fama de produzir um café ruim no mercado. Em 2009 foi iniciado, com apoio do Sebrae, o resgate das potencialidades daquele território. E percebeu-se que o mercado buscava um café autêntico.

Com isso, foi feita uma organização produtiva para que se valorizasse o ambiente local como diferencial do produto, dando ênfase à origem do café de montanha, que é um dos perfis daquela região.

Esse produto tem uma forma diferenciada de cultivo e manejo, com clima característico, que garante um café especial e sabores diferenciados. Com a manutenção da colheita manual, preservação do ambiente, manejo artesanal e ética no trabalho se valorizou a marca do café da Região das Matas.

A agricultura de base familiar e integrada ao meio-ambiente foi valorizada neste processo. O que antes parecia uma desvantagem virou um atrativo e, hoje, a região produz café de qualidade, com produção naturalmente sustentável.

“É o homem e a mata o tempo todo. O poder do lugar é forte porque tem a sua identidade e isso inspira o consumidor. O mercado quer o que é autentico, quer conhecer o processo de produção, quer o que é simples, diferenciado e tem história”, detalhou Priscila. 

Essa mesma essência de valorização da terra, suas características geográficas e culturais são fomentadas na região de Cariri, no Ceará, perto da divisa com os estados da Paraíba, Pernambuco e Piauí.

Na cidade de Nova Olinda, o trabalho desenvolvido pela Fundação Casa Grande, talhou os diferenciais para valorizar a comunidade local num resgate que evidenciou a riqueza natural de uma região caracterizada pela Chapada do Araripe, onde há um sítio paleontológico que possui uma das maiores reservas fósseis do mundo.

Com isso, foi se moldado a formação das comunidades, muito relacionada ao ciclo do couro, a cultura indígena dos cariris, a população local, suas características que constituíram um produto atrativo de turismo e de desenvolvimento econômico naquela região.

“Cada lugar é único porque a terra é diferente em cada canto. A geografia traça novo mapa nos territórios integrados com uma cultura local diferenciada, alimentada pela influência do ambiente. Fomos em busca da nossa origem para ser disseminada. Neste resgate, criamos 17 museus que contam a nossa história. As crianças estão envolvidas nos projetos. Recebemos por ano entre 50 a 70 mil turistas”, contou o criador da Fundação Casa Grande,  Alemberg Quindins.

O evento “Cidades que se Reinventam” acontece até o dia 30 de setembro com palestras online sobre desenvolvimento urbano e sustentável. Informações da programação estão disponíveis no site https://cidadesquesereinventam.com.br/

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