Sustentabilidade das cidades passa pela valorização dos talentos
Criar centros que estimulem empreendimentos inovadores retém profissionais capacitados
A sustentabilidade econômica e social das cidades passa para uma reflexão para que esses centros urbanos não se tornem decadentes, deixando de ser propulsores de desenvolvimento, causando assim um esvaziamento e empobrecimento.
Essa reflexão, trazida pelo diretor-superintendente do Sebrae de Pernambuco, Chico Saboya, durante a sua palestra no evento online “Cidades que se Reinventam”, reforça a necessidade de constante avaliação dos agentes públicos para a sustentabilidade dos aglomerados urbanos.
Chico Saboya foi um dos idealizadores do projeto Armazém da Criatividade, implantado no município pernambucano de Caruaru. Esse centro de inovação, estimulou os jovens recém-formados a encontrarem um espaço para permanecerem na cidade e investirem suas carreiras e negócios em empreendimentos inovadores. Com isso, a cidade se moldou na valorização da mão-de-obra qualificada para atender as novas demandas geradas por esse mundo tecnológico.
Sob o tema “Parques Tecnológicos no interior – unindo conhecimento, negócios e desenvolvimento”, Saboya discorreu um pouco na história de cidades que chegaram a ser grandes referências econômicas em tempos passados, mas acabaram naufragando no mar da inovação por não entender esses novos ares.
As cidades que moldaram a sua potência e o seu modelo de crescimento na economia velha, naquele modelo clássico, deixaram de ser rentáveis e estimulantes.
“Hoje, as cidades buscam força na inovação e na promoção do conhecimento. Isso tem sido o diferencial para que haja uma renovação constante destes centros urbanos, a fim de torná-los atrativos para novos negócios, com trabalhadores de qualidade e valorizando a sustentabilidade”, disse o especialista em inovação.
O palestrante ressaltou que as cidades têm que ter esses novos ativos para evitar o seu declínio. Segundo Saboya, para se reinventar é preciso entender um novo capital humano, que se apresenta moderno, criativo e inovador.
Para imaginar um futuro criativo nas urbanidades, deve ser valorizada a inovação, a sustentabilidade e o componente da saúde, relacionado às epidemias.
Esse contexto sanitário vivenciado atualmente pela Covid-19 reforça a projeção do risco do homem em sofrer novos cenários semelhantes ao vivido atualmente. “ A pandemia traz mudanças que vão desafiar a sociedade. Outras pandemias virão. No mundo há o deslocamento de massas populacionais. E os desequilíbrios social e ambiental fazem com que a população tenha um impacto maior da ação de vírus que estão nos animais”, analisou.
Com base neste contexto, Saboya ressaltou a necessidade da adoção de políticas públicas que estimulem os potenciais vocacionais econômicos das cidades, com estímulo da inovação. Assim, se cria um ambiente mais equilibrado. Retendo a mão-de-obra qualificada e estimulando novos atrativos econômicos que se encaixam nesta dinâmica moderna de geração de renda e emprego, sempre valorizando o respeito ao meio ambiente.
Segundo o palestrante, os municípios que têm um padrão mais elevado de educação têm o desafio de reter o jovem que sai da faculdade e tratá-lo como ativo relevante.
“Quando se cria ambientes para que os melhores talentos fiquem, como parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras de negócios, surge novo potencial econômico, o jovem talentoso permanece e empreende. Isso ajuda a mudar o perfil produtivo voltado à inovação e, com o passar do tempo, a cidade vai desligando da tomada o antigo modelo, e cria novas dinâmicas produtivas, criativas e mais competitivas”, detalhou Saboya.
O evento “Cidades que se Reinventam” acontece até do dia 30 de setembro com palestras online sobre desenvolvimento urbano e sustentável. Informações da programação estão disponíveis no site https://cidadesquesereinventam.com.br/