Voltar 2 de Agosto de 2021
  • Qualidade de Vida

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Qualidade de vida é um dos maiores desafios das cidades

Especialistas apontam necessidade de a administração pública se ajustar aos novos paradigmas da tecnologia e da sociedade

As cidades estão em profunda transformação e é necessário que a administração pública se reinvente para atender melhor o cidadão. Essa foi a tônica do seminário “Cidades que se Reinventam”, realizado em paralelo à ExpoGestão 2017.

A diretora de conteúdo da ExpoGestão, Ana Carla Fonseca, destaca que cada vez há mais pessoas morando nas cidades: 53,6% da população mundial reside em centros urbanos, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas. As mais densamente urbanizadas são a América do Norte (81,5% da população) e a América Latina (79,5%).

Atualmente, elas respondem por 70% do produto interno bruto (PIB) mundial, 60% do consumo energético e são responsáveis pela geração de 70% dos resíduos sólidos. E a tendência é de que esses números se ampliem, já que a ONU projeta que, em 2050, duas em cada três pessoas estarão nas cidades.

Os desafios para as cidades tornaram-se mais complexos. As cidades estão atraindo cada vez mais gente. “É necessário ter uma visão ampla para entendê-las”, diz a especialista.

Uma das principais preocupações é com a qualidade de vida. E este é ponto-chave para a retenção de talentos. Segundo Ana Carla, de nada adianta investir em inovação se não há preocupação com aspectos relacionados ao bem-estar.

Esse é o desafio que a China enfrenta. Os indicadores de pesquisa e desenvolvimento dos principais pólos econômicos estão entre os melhores do mundo, contudo o país enfrenta problemas como a poluição e a degradação ambiental.

Neste cenário, a administração pública precisa estar atenta aos novos desafios que a sociedade está impondo, aponta Fernando Faria, diretor responsável pela liderança das soluções de governo e educação da SAP América Latina e Caribe. “As novas gerações – as crianças de hoje – não serão tão complacentes com os governos.”

A tecnologia também está mudando a forma como a sociedade está se relacionando com os governos. O executivo aponta que a hiperconectividade, a supercomputação e a computação em nuvem são fatores que influenciarão profundamente neste relacionamento. “Caminha-se para um novo modelo governamental, orientado para o cidadão e com capacidade infinita de interação.”

Isto impactará nos processos governamentais: “o governo do futuro será digital por padrão, orientado a dados e apto a aprender com a experiência do cidadão.”

Duas experiências sobre como está se processando a interação entre o setor público e o privado foram apresentadas no seminário: a do polo de eletrônica de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, e a de investimento em saúde preventiva, de Jaguariúna (SP), na região de Campinas.

O surgimento de Santa Rita do Sapucaí, uma cidade com 41,9 mil habitantes, em um dos mais importantes polos de eletrônica do país, tem suas raízes na fundação da primeira escola de eletrônica da América Latina, por Sinhá Moreira, em 1959. “Movimentos colaborativos contribuíram para o desenvolvimento de um ambiente propício à expansão da atividade”, diz Juliano Cornélio, gerente regional do Sebrae/MG.

Uma das principais preocupações que empresários e governo local tem é a retenção de talentos. Para isso, formou-se uma rede que reúne instituições públicas, privadas e a comunidade, com o desenvolvimento de eventos e ações com foco em qualidade de vida, inovação, tecnologia, gastronomia, cultura e empreendedorismo.

Jaguariúna apostou em outro foco: a prevenção ao sedentarismo que, anualmente, tem um impacto de US$ 65 bilhões para a economia mundial, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). “O foco é fazer as pessoas se exercitarem, se movimentarem”, diz Márcio Atalla, um dos idealizadores do projeto.

Os objetivos são o de melhorar a qualidade de vida das pessoas e contribuir para que haja uma mudança de perfil nos gastos públicos com saúde. 70% do orçamento público são relacionados a gastos com tratamentos mais caros, como os decorrentes de ataques cardíacos ou de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), por exemplo.

Uma das ações desenvolvidas foi a conscientização das pessoas, por meio de eventos educativos e recreativos.  “O grande responsável pela saúde somos nós”, enfatiza Atalla.

Os primeiros resultados já são visíveis, diz ele. O projeto já detectou um aumento no consumo de frutas e verduras, a redução no consumo de carnes com gordura e lanches, a queda na inatividade física e o aumento nas atividades de lazer.  “Conseguimos um envolvimento de 39,4% da população”, revela. A cidade, segundo o IBGE, tem 53,1 mil habitantes.  Mas, segundo ele, é preciso pensar no longo prazo: “Os resultados podem se perder se não houver uma ação contínua.”

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