Voltar 30 de Setembro de 2021
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Mar proporciona oportunidades para desenvolvimento social e econômico

Especialista defende a presença de arranjos produtivos estimulando a riqueza oriunda do litoral

Fonte de riqueza, o mar é um campo vasto para ser explorado de forma sustentável a fim de proporcionar mais desenvolvimento para qualquer nação que tenha o privilégio de contar com essa riqueza natural como atrativo.

O Brasil é uma destas nações valorizada pela presença oceânica em quase oito mil quilômetros de linha costeira, com 17 estados no litoral, abrangendo ao todo 280 municípios e 13 capitais.

Esse mapeamento possibilita que o País possa trabalhar políticas públicas voltadas ao empreendedorismo inovador, tendo como cenário as águas do Atlântico. O assessor para análise de negócios da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Engepron), André Gabriel Sochaczewski, destacou durante a apresentação no evento online “Cidades que se Reinventam”, a importância de criar oportunidades de negócios perto das águas oceânicas, com benefícios principalmente para cidades de pequenos e médios portes.

No tema “Economia do mar – um oceano de oportunidades, para municípios costeiros e interioranos”, esse especialista em planejamento estratégico e mestre em ciências navais, detalhou o volume de riqueza proporcionado pelo mar no mundo.

A economia do mar representa 3 trilhões de dólares em valor agregado no volume de ações relacionadas a esse ambiente aquático entre 2010 a 2030, além de 40 milhões de empregos diretos até 2030. Até 2050, o tráfego de cargas vai triplicar.

O mar é berço de 99% da infraestrutura de comunicação que são interligadas por vias marítimas, e 90% do comércio exterior global.

Sochaczewski observa que no Brasil cerca de 27% da população está na costa litorânea e 70% vive a menos de 200 quilômetros de distância do mar.

Por isso, segundo ele, há uma grande possibilidade de desenvolvimento estratégico os caminhos através de cluster marítimos, que são arranjos produtivos com objetivo de fomentar indústrias, empresas e instituições de ensino  para desenvolvimento de atividades vinculadas ao mar e entorno, visando a sustentabilidade social.

O capitão da reserva da Marinha do Brasil citou algumas atividades econômicas estabelecidas em função do mar, como pesqueira, portuária, indústria naval, indústria militar marinha, exploração de petróleo e gás, energias renováveis, educação marítima, ciências e turismo.

No Rio de Janeiro, por exemplo, é fácil identificar algumas vantagens naturais pela presença marítima com a economia local voltada às potencialidades do meio existente. O palestrante citou exemplos desses arranjos que proporcionam ganhos econômicos atrativos, como o relacionado à indústria naval para a fabricação de submarinos e plataforma petrolíferas.

Conforme Sochaczewski, os clusters demandam uma estrutura de governança permanente para manter a estrutura com sustentabilidade. Para tal, faz-se necessário o mapeamento das suas atividades econômicas e implementos de indicadores para uma gestão eficaz.

“O Brasil demanda de mais política públicas voltadas ao mar para buscar indicadores de impacto desta economia no PIB. Por isso a importância de uma governança para trabalhar essas vantagens competitivas para explorar ainda mais esses potenciais na nossa costa”, analisou o palestrante.  

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