Tecnologia a serviço da difusão da conectividade e eficiência na gestão das cidades
Centros urbanos mais digitalizados favorecem o acesso aos serviços e mais ações assertivas
Cada vez mais as cidades estão oferecendo para a população a facilidade em se conectar em diversos serviços de atendimentos públicos, com a realização de agendamentos de consultas por meio de aplicativos, acesso para vagas de estacionamentos livres, serviço de iluminação em rede inteligente, atendimento de segurança integrado na rede de monitoramento.
Algumas destas ações já fazem parte da realidade de diversos centros do mundo e irão se tornar cada vez mais comuns, caso os gestores estejam atentos às mudanças transformadoras que a tecnologia está oportunizando na gestão dos ambientes urbanos.
A contextualização deste cenário foi evidenciada na palestra do presidente da La Salle Technova de Barcelona (Espanha), Josep Miquel Piqué, no último dia do evento online “Cidades que se Reinventam”.
O especialista em tecnologia ressaltou na temática “Cidades Gêmeas Digitais – impulsionando a eficiência das cidades”, como é importante criar um ambiente digital para que a população tenha acesso às facilidades de comunicação e conexão para diversos serviços, sejam públicos ou privados.
Piqué destacou que a sociedade está vivendo os efeitos de uma revolução causada por tsunami tecnológico. Conforme o palestrante, atmosferas digitais com cloating computing, inteligência artificial, 5G mudam as formas de comunicação das organizações e visam assegurar a capacidade de melhorar a vida e transformar. E isso está transformando a relação das empresas com os usuários e a forma de relacionamento entre os trabalhadores, através do trabalho remoto.
Piquét cita cinco leis que são referenciais à essa revolução tecnológica. A primeira lei é que a transformação é feita pelo que bit pode fazer e não mais apenas o átomo. A segunda significa a digitalização das relações, causada sobretudo pela pandemia, por meio de videoconferências.
O terceiro conceito transforma, além da cidade, as relações entre as coisas e a nuvem. “Ou seja, que não haja um átomo sem o bit. Vamos digitalizar os carros com a nuvem, por isso temos o Uber, as casas inteligentes. Tudo isso sinaliza para uma facilitação de convívio com essa relação digital com as coisas”, explicou.
A quarta lei incorpora todos os elementos do futuro no presente, a partir do acesso dos dados armazenados que irão facilitar os contatos e atividades. E a quinta definição está relacionada ao contexto da pandemia, para prevenir novas propagações de vírus a partir do monitoramento e rastreamento das pessoas para evitar contaminações.
Num cenário em que a projeção é que 66% da população do mundo esteja concentrada em ambientes urbanos e 80% da economia será gerada pelas cidades, é necessária essa conectividade mais tecnológica nesses ambientes de aglomeração.
“A tecnologia é um mecanismo que vai permitir que formuladores de políticas tomem decisões com base nos dados coletados pelas ferramentas tecnológicas disponíveis. E com isso pode ter políticas mais assertivas de investimentos, evitando custos desnecessários. A cidade inteligente permite um debate maior de envolvimento do cidadão nos processos de melhorias. E exige mais transparência e de governo aberto para as decisões “, comentou Piqué.