Veículos elétricos projetam mudanças na rotina das cidades
Projeção da BMW é ter 50% das vendas globais com carros movidos à eletricidade
Uma realidade que está se consolidando e vai se perpetuar no futuro está relacionada ao uso de veículos elétricos.
Essa nova tecnologia atende uma necessidade voltada à melhoria da qualidade do ar da cidade, a partir da redução da emissão de gás carbônico, e começa a reduzir a dependência econômica nos combustíveis fósseis, como o petróleo.
O uso da energia elétrica é primordial, mas isso representa também a adoção de comportamentos e fornecimento desta fonte de forma mais equilibrada e renovadora.
Analisando esse novo contexto, o chefe de Eletro-mobilidade da BMW do Brasil, Henrique Miranda, apresentou nesta terça-feira (28/09), durante o ciclo de palestras do evento online “Cidades que se Reinventam”, os impactos que o carro elétrico traz para os meios urbanos.
O uso destes veículos começou a se tornar comum nos últimos anos no mundo e no Brasil. Em 2013, a marca BMW lançou seu primeiro carro elétrico, o BMW3.
A novidade foi tão bem recebida que a empresas traçou a produção de veículos com a meta de chegar até 2025 com o mínimo de 25% de veículos elétricos ou híbridos comercializados.
Essa ação estimulou a empresa a reduzir em até 80% a emissão de carbono nas fábricas e em 40% por quilômetro rodado dos veículos em uso.
Até 2023, segundo Miranda, 90% dos modelos terão ao menos uma versão elétrica disponível. A partir de 2025 haverá um modelo totalmente elétrico em cada segmento.
Nos próximos dez anos, a BMW quer ter os carros elétricos representando 50% das vendas globais da marca. A marca Mini, do grupo, será 100% elétrica a partir de 2030.
O uso do carro elétrico reflete diretamente no comportamento humano e nas cidades. De acordo com Miranda, no Brasil há 300 pontos de recarga para atender os veículos elétricos. Ou seja, os usuários desses veículos estão deixando de ir aos postos de combustíveis.
Somente neste ano, a previsão é que 20% dos carros comercializados sejam elétricos ou híbridos. A expectativa é alcançar os 25% do mercado daqui a 3 anos. Esses produtos têm uma boa procura e a mobilidade elétrica é uma transformação.
O carro elétrico pode ser carregado dentro de casa, principalmente à noite, quando há horários de baixa demanda. O veículo pode ser programado para fazer a recarga a partir de horários que há menos consumo, como durante a madrugada.
Essa tecnologia incorpora também o desenvolvimento de ferramentas de apoio para o usuário interagir com o veículo, por meio de aplicativo que apresenta a funcionalidade digital do veículo.
“O carro elétrico muda o cenário de uso do veículo e a estrutura de atender o seu abastecimento. A BMW monitora os efeitos para que esses carros passem a fazer parte da realidade nacional, porque altera o comportamento dos usuários. E isso impacta na mobilidade urbana, quando faz essa troca começam a surgir indústria paralelas de recarga, como vai ser a demanda de energia, e que seja limpa, além da orientação ao usuário sobre uso das baterias, quanto tempo vão durar, como serão reutilizadas”, explica.
A cidade muda com o carro elétrico. Miranda observou que o ar vai ficar mais limpo porque o veículo não solta gás carbônico. O som da cidade vai reduzir, porque o carro é silencioso. O usuário poderá escolher o som que quiser usar, porque o efeito sonoro do veículo tem um papel de prevenção na segurança viária.
O chefe de eletro-mobilidade da BMW salientou que o carro elétrico dá menos demanda de manutenção. Além disso, as residências passam a adotar uma tomada para o carro. E o veículo induz às pessoas a instalar painéis solares para reduzir custos e utilizar uma energia mais renovável.
“O quilômetro rodado do carro elétrico chega a ser cinco vezes mais barato que o de gasolina. E com os novos conceitos de uso compartilhado, haverá um gerenciamento mais dinâmico no trânsito. A bateria é o item de maior valor no carro. Depois de 10 anos, o automóvel elétrico pode estar com design desatualizado, mas se a bateria está boa, será o referencial de valor do carro”, detalhou.
Miranda citou exemplos de cidades que estão estimulando o uso dos veículos com este perfil. Em São Paulo, por exemplo, os carros elétricos estão isentos de fazer rodízio e os novos condomínios são obrigados a contar com pontos de reabastecimento.
“A melhoria do ar é um componente de benefício na saúde pública. O carro elétrico é a porta de entrada para mais geração de energia, principalmente a renovável, e o pontapé para mudanças de hábitos mais sustentáveis na vida das pessoas”, frisou o representante da BMW.