Voltar 30 de Setembro de 2021
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Soluções para gestões inteligentes

Monitorar possíveis focos de incêndios florestais, detectar eventuais obras irregulares, facilitar o acesso de famílias à assistência social e à escola. Estas três atividades são exercidas por startups catarinenses, que mostraram seu trabalho no Momento Startup do seminário Cidades que Se Reinventam. O mediador foi Marcus Rocha, do Sebrae SC.

Prevenir o fogo

Diogo Machado, sócio-fundador da Quiron Digital, de Lages, mostrou sua empresa de monitoramento de ameaças florestais. A Quiron trabalha com base em dados de satélites, tem vários algoritmos para o monitoramento preditivo dos riscos de incêndios florestais, atuando hoje mais nos Estados Unidos e em Portugal. “Mas queremos ter os primeiros contratos efetivados no Brasil no ano que vem”, informa o executivo.

A solução desenvolvida pela Quiron chega a cerca de 80% de acerto na previsão de focos de incêndio, e supera os principais sistemas desse segmento. Diogo detalha: “Analisamos bandas espectrais que formam parâmetros, permitindo a previsão de incêndios com sete dias de antecedência e dez metros de resolução. O sistema visualiza locais com stress hídrico, presença humana e potencial combustível. Todos esses fatores geram índices de risco, que são base para a tomada de decisões. Temos alguns clusters de pontos críticos, chegando a até 85% de acerto. Mesmo em tempos de incertezas, é preciso ter essa previsibilidade”.

Na Califórnia, a Quiron conseguiu identificar probabilidade de incêndio com 50 metros de resolução e 45 dias de antecedência. “Para se ter uma ideia – exemplifica –, o aplicativo do Inpe tem 1 km de resolução por pixel; em Portugal são 8 km de resolução e nós entregamos dez metros de resolução por pixel. Trabalhamos para empresas e para governos.”

Para facilitar os contratos, a empresa desfruta da possibilidade de dispensa de licitação, por utilizar nanossatélites. Algumas cidades têm dificuldade de reunir equipes e identificar os locais propícios para incêndios. “Formamos equipes e indicamos locais, capacitando para protocolos preventivos”, detalha Diogo.

Combate ao desordenamento

Fabrício Hertz falou da Horus Smart Detections, de Florianópolis, empresa de inspeção de ativos extensos com drones, software e inteligência artificial.

“Um dos grandes problemas – aponta – é o crescimento desordenado das cidades. Invasões e obras irregulares são difíceis de detectar. A Horus desenvolveu um sistema de monitoramento por satélites e drones, que consegue fazer uma varredura mensal nos municípios, identificando pontos de desordenamento.”

Todo mês, compara-se uma imagem de satélite com a imagem do mês anterior, e pontos diferentes podem ser obras irregulares. Imagens de drone mostram os detalhes da ocorrência. Aí a empresa busca informação dentro dos bancos de dados do município e do plano diretor, para saber se é uma obra regular ou não, seja administrativa ou ambiental. Informada, a Prefeitura toma as providências.

Os resultados: “Uma melhora de 40% a 50% na fiscalização. Antecipação da fiscalização em até 12 meses”. O executivo garante que os resultados começam a aparecer de 15 a 20 dias após a assinatura do contrato, mesmo em prefeituras que não estejam totalmente digitalizadas.

Poder de mudar o Brasil

Encerrando o Momento Startup, o fundador e CEO Tiago Giusti falou de sua empresa, a Portabilis, startup de tecnologia, com sede em Içara.

Ele começa questionando: “As coisas ficaram mais difíceis com a Covid. Como recuperar e fazer a transição, sem deixar ninguém para trás?”. E responde: “Colocando as pessoas no centro de qualquer estratégia. Educação para o futuro e assistência social para o presente. As soluções da Portabilis ajudam os municípios a fazer uma gestão mais eficiente, prestar melhores serviços e priorizar quem mais precisa”.

A startup de tecnologia ajuda os governos municipais a superar a falta de informação através de soluções inteligentes, para aumentar o impacto das políticas públicas de educação e assistência social, focando em transformações sociais e a garantia do acesso de todos os brasileiros aos seus direitos.

Um exemplo na assistência social é a facilitação do atendimento nos Cras (Centros de Referência na Assistência Social). Os problemas: demora no atendimento, excesso de burocracia, processos desorganizados, equipes reduzidas. O que a solução Portabilis permite: mais agilidade no atendimento, comunicação com usuários via whatsapp ou SMS, encaminhamento a escolas públicas.

Na questão da educação, também há uma lista de problemas nas escolas: demora no atendimento, excesso de burocracia, dados desorganizados, sobrecarga dos servidores. A solução da startup: comunicação intersetorial, matrícula digital com georreferência das escolas, listas de espera para educação infantil integradas ao whatsapp.

E ainda há dificuldade de gestão e comunicação com famílias: falta de dados, dificuldade para acompanhar a trajetória dos alunos, família pouco envolvida. A Portabilis: organiza os processos e reduz o uso de papel, integra o Censo Escolar em minutos, traz indicadores para monitorar o desempenho da escola e dos alunos.

O ecossistema de soluções da Portabilis atende, hoje 130 municípios no país todo. Dois exemplos de bons resultados: Rio do Oeste, em Santa Catarina, reduziu de três dias para 30 minutos o tempo de envio dos dados de atendimento ao governo federal. E a pernambucana São José do Egito economizou 50 mil reais por ano ao tornar o diário de classe digital.

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